domingo, 16 de junho de 2013

Como o vinagre virou símbolo da “Revolta da Salada”

Vinagre. O que para muitos não passa de um tempero, para a Polícia Militar do Estado de São Paulo é digno de estar na lista de “objetos que podem ser usados contra os policiais e a população”. Ele virou um dos símbolos de um episódio marcado pelos abusos e truculência policial, a quarta manifestação contra o aumento da passagem de ônibus, que aconteceu ontem, na capital paulista. A verdade é que suas propriedades químicas amenizam o efeito do gás lacrimogênio e spray de pimenta usados pela corporação e isso só dificultaria a dispersão dos protestantes – tornando-se assim, proibido.
Entre os portadores de vinagre, estava o jornalista Piero Locatelli, da revista Carta Capital, que registrou em vídeo a abordagem e seu encaminhamento para o Distrito Policial por carregar um vidro da substância. Foi o suficiente para que, depois de amenizada a tensão nas ruas, começassem as repercussões. Nunca se ouviu falar tanto de vinagre na internet.
Nasceu, na Wikipedia, a página da Revolta da Salada. O texto do site diz que o “nome popular” foi dado graças à “suposta proibição do uso de vinagre no protesto” já que “agentes da Polícia Militar do Estado de São Paulo, atuando contra manifestações populares do Movimento Passe Livre, prenderam mais de 60 manifestantes por estarem portando vinagre”.

A página mistura relato e bom humor, indicando até que o movimento teria se baseado em outros episódios históricos do Brasil. ” Um precedente histórico notável, a saber, é a Revolta do Vintém, na qual a população protestou contra o aumento de vinte réis das passagens do bonde, tendo sido bem-sucedida e iniciando aquela que seria a derrocada do II Império no Brasil”, diz o texto.

Revolta da Salada

As manifestações, especialmente em São Paulo, receberam esse apelido, depois da detenção de mais de 60 manifestantes por estarem portando vinagre, como o jornalista Piero Locatelli da revista Carta Capital . O vinagre seria utilizado como meio de proteção ao gás lacrimogêneo e spray de pimenta . O tom irônico também vem sendo empregado nas redes sociais para nomear o quinto ato, apelidado de "Marcha pela legalização do vinagre".

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